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Mais de 900 kg de óleo são recolhidos de praias do RN em nove dias, diz Idema

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Cidades do litoral potiguar recolheram quase uma tonelada de óleo que voltou a aparecer nas praias do Rio Grande do Norte ao longo de pouco mais de uma semana. Somente em Nísia Floresta, no Litoral Sul, foram recolhidos 500 kg de óleo.
Os dados foram solicitados pelo g1 e divulgadas pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema) do Rio Grande do Norte na manhã desta sexta-feira (23). Segundo o órgão, as primeiras confirmações oficiais da ocorrência ocorreram no dia 15 de setembro.
São 924,7 kg de óleo recolhidos em oito municípios. As informações foram repassadas pelas coordenadorias de Defesa Civil de cada cidade ao órgão estadual.
Segundo o Idema, os dados devem ser atualizados ao longo dos próximos dias. Até a publicação desta matéria, o instituto ainda aguardava a contabilização do material recolhido em Ceará-Mirim, na Grande Natal.

Baía Formosa – 164kg
Canguaretama – 45kg
Tibau do Sul – 32kg
Nísia Floresta – 500kg
Parnamirim – 26kg
Natal – 40kg
Extremoz – 46kg
Rio do fogo – 71,7kg

Secretário adjunto de Meio Ambiente e coordenador da Defesa Civil de Nísia Floresta, município mais atingido, Bismark Pereira Sátiro afirmou que as manchas atingem as praias de Pirangi, Búzios, Tabatinga, Camurupim, Barreta e Malembá desde a semana passada.

Desde então, uma equipe de cerca de 15 pessoas percorre as praias recolhendo o material. “Continuamos monitorando e recolhendo material, que segue aparecendo, mas agora em bolotas menores, que dificultam o trabalho, porque passam pelo ciscador. Então é preciso recolher com as mãos, mas com o devido material de proteção”, afirmou.
Ainda de acordo com Bismark, o material recolhido está sendo armazenado em bombonas de plástico, em um espaço da estação de transbordo do município e protegido do sol e da chuva. A prefeitura aguarda orientação dos órgãos ambientais para definir a destinação do material.

Segundo Iracy Wanderley, subcoordenadora de Planejamento e Educação Ambiental do Idema, amostras do óleo foram recolhidas e entregues à Marinha do Brasil para passar por análises clínicas.

O 3º Distrito Naval de Natal confirmou que enviou amostras do óleo na semana passada para o Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira, localizado no Rio de Janeiro, e informou que deve se pronunciar sobre o caso após o resultado dos testes. Não foi dado prazo para isso.
As autoridades querem saber se o óleo recolhido neste ano no Rio Grande do Norte é o mesmo que sujou as praias potiguares e de todos os estados do Nordeste em 2019. Naquele ano foram recolhidas 34 toneladas de óleo somente nas praias do estado, que foram destinadas à produção de cimento em uma fábrica.

“Os municípios deverão recolher e armazenar esse material, enquanto continuar surgindo, para que seja definida uma destinação depois. A responsabilidade de limpeza, na verdade, é do responsável pelo derramamento desse óleo, mas como ainda não foi descoberto, os municípios executam esse trabalho”, explicou.

Óleo no Nordeste
Manchas de óleo voltaram a sujar praias da região Nordeste desde agosto deste ano. No último dia 10 de setembro, o 3º Distrito Naval da Marinha emitiu uma nota em que afirmou que a maior parte dos resíduos achados em outros estados como Pernambuco e Bahia é de um “novo incidente” e não tem relação com as manchas que sujaram a costa da região em 2019.

Ainda de acordo com o comunicado, a suspeita levantada pelos investigadores é de que o material tenha sido lançado no mar após lavagens de tanques de um navio petroleiro. As análises clínicas apontaram que os resíduos são de petróleo produzido no Golfo do México.

“A partir das análises de amostras de resíduos de óleo até agora efetuadas, há indicação de que houve um novo evento, cuja hipótese mais provável aponta para um incidente envolvendo petróleo cru, proveniente do descarte de água oleosa lançada ao mar, após a lavagem de tanques de navio petroleiro, em alto mar”, diz a nota.

No entanto, em algumas praias da Bahia, pesquisadores encontraram o mesmo óleo de 2019, que acreditam ter se desprendido de rochas.

Em dezembro de 2021, a Polícia Federal concluiu uma investigação sobre o desastre ambiental de 2019 e disse que o óleo tinha sido derramado de um navio grego. Os proprietários da embarcação foram indiciados.

Via G1 RN