O ex-candidato do PTB ao Planalto, Kelmon Luís Souza – conhecido popularmente como Padre Kelmon – foi desligado da Igreja Ortodoxa do Peru no Brasil na última sexta-feira, 16. Em nota, a instituição afirmou que Kelmon está proibido de ministrar missas em nome da igreja.
O documento foi assinado por Mor Francisco Ángel Ernesto Morán Vidal, arcebisco metropolitano no Peru, e pelo Mons Miguel, de nome civil Phellype Thiago Martins, vigário episcopal do Brasil. “Decidimos cancelar a Provisão 0025/21 conferida ao Pe. Kelmon Luis da Silva. Também informamos que decidimos desencardinar do clero o Pe. Kelmon Luis da Silva e também o Pe. Lucas Soares Chagas. Dessa forma, os mesmos ficam proibidos de ministrar os sacramentos e de falar em nome da Igreja Ortodoxa do Peru-Tradição canônica Síro Ortodoxa Malankara Indiana”, disse a nota da instituição.
Em setembro de 2022, em meio à disputa eleitoral, a Igreja Ortodoxa do Peru no Brasil publicou uma carta aberta em sua página no Facebook em que reconheceu Padre Kelmon como “pároco interino” pela organização. “O Reverendo Padre Kelmon Luis Souza é reconhecido por seu inquestionável trabalho pastoral e social em benefício da comunidade, razão pela qual é sempre convidado para diversas atividades e eventos em prol do desenvolvimento do povo brasileiro”, dizia o documento.
Sobre o desligamento, em nome de Padre Kelmon, o Padre João Damasceno afirmou que o grupo do sacerdote não foi desligado pela Igreja Ortodoxa do Perú no Brasil. A nota defende que a saída do trio se deu por vontade própria dos indivíduos, sem relação com vontades da instituição religiosa. “É importante salientar que não fomos desligados por decisão dos clérigos da referida igreja, mas nós que o pedimos e assim foi concedida, somos pois muito gratos pelo tempo que passamos na Igreja do Peru e desejamos bênçãos celestiais para todas as suas autoridades eclesiásticas”, disse.
Padre Kelmon chegou na disputa presidencial como vice de Roberto Jefferson e assumiu a cabeça de chapa após Jefferson ter sua candidatura impugnada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Kelmon conta que, aos 19 anos recebeu um chamado de Deus e começou a se dedicar ao serviço à juventude. Dois anos depois, se tornou seminarista da igreja católica, aderindo posteriormente à igreja ortodoxa.
Durante os debates eleitorais, ficou conhecido por suas dobradinhas feitas com o presidente Jair Bolsonaro (PL) para atacar a esquerda.
Estadão